sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Montagem de coreografias


Por Leonardo Ribeiro

Quando você quiser montar uma coreografia é importante que você se concentre nesses quatro pontos:

· Tema: assunto central que vai reger toda a movimentação.

· Movimentação: passos e movimentos direcionados pelo tema.

· Técnica: habilidade do dançarino em realizar os movimentos e que, na medida em que é adquirida, aumenta as possibilidades do seu corpo. Normalmente é adquirida em aulas.

· Expressão: expressão não só facial como também corporal. O corpo inteiro " fala".

Esses são alguns pontos importantes na montagem de uma coreografia, mas que fique claro que esses não são pontos fixos, nem regulares. Cada pessoa tem um processo individual que vai sendo descoberto na medida em que se trabalha nesse sentido.

Atente para o ponto que você acredita ser o mais importante nesse momento em seu trabalho; aquele do qual você sente mais falta, etc. Procure trabalhar na aquisição desse ponto de acordo com as necessidades individuais e/ou do grupo. Conversaremos mais sobre cada um deles nas próximas aulas.

Com relação ao tema, é importante que você o conheça bem e o estude a ponto de torná-lo bem conhecido e verdadeiro em sua vida pessoal e/ou do grupo. Tenho visto vários grupos que dançam assuntos os quais desconhecem e com o qual não têm o mínimo contato. Quantas idéias geniais e coreografias muito bem trabalhadas destruídas pela falta de autenticidade e de conhecimento do tema dançado! É importante, principalmente quando se trata de algum assunto cristão, que o tema seja verdade em nossa vida e que o estudemos profundamente. Isso faz total diferença na realização da sua coreografia!

Sobre movimentação, a maioria dos grupos, pela falta de conhecimento e de oportunidades de fazer aulas, acabam não podendo ser muito originais quando se trata de movimentos. Crescem, então, cada vez mais, grupos que acabam "copiando" passos de outros; são poucos os que conseguem fazer algo novo e diferente. Incentivo você a estar buscando aumentar a sua "bagagem", fazendo aulas, assistindo a espetáculos e documentários. É assim que conseguimos aumentar nosso vocabulário para criar coreografias mais ricas com movimentações novas.

Falar de técnica se resume, na verdade, em incentivá-lo a fazer aulas. Só conseguiremos crescer tecnicamente trabalhando nosso corpo de maneira correta e isso é adquirido em aulas com pessoas que já realizem esse tipo de trabalho. Sinto falta disso no meio evangélico. Claro que a história da dança no nosso meio já é bem complicada e acabamos sendo inibidos a melhorar nossa técnica, se isso exige fazer aulas fora. Mas gostaria de deixar claro o quanto é importante estar investindo nessa área. Chamar pessoas para dar oficinas, conhecer outros grupos e trabalhos, tudo isso é essencial para o seu crescimento técnico.

Quanto à expressão, quero lembrá-lo que não importam só os movimentos; a expressão facial também é importante. Vale ressaltar que a maneira como os movimentos são realizados faz toda a diferença. É preciso realizá-los com intenção e força, até pra que fique claro para o público a sua movimentação e o que você deseja transmitir através dela.

Vamos finalizar esse assunto destacando alguns detalhes com relação ainda ao processo construtivo de coreografar.

O primeiro deles é: o importante não é impressionar; tente inspirar. Temos a tendência de tentar produzir coreografias que consigam "arrancar" um "UAU!" do público; coreografias que sejam sempre bem complicadas e de difícil entendimento. Tentamos impressionar com a nossa técnica quando, na verdade, não é isso que fica. Precisamos aprender que, na vida, as coisas simples são as mais inspiradoras e as mais belas, e assim também é na dança. Claro que a técnica é de extrema importância (acho que já dei a ênfase necessária a ela nas aulas anteriores), mas não podemos ficar presos nela. Já vi muitos bailarinos de excelente qualidade técnica que não conseguiam transmitir mais do que puramente isso. Quando dançamos, o mais importante é sermos sinceros e transparentes conosco mesmos. Precisamos aprender a sermos fiéis à nossa história e àquilo que temos conosco. Use sua técnica, seja simples e pense em deixar nos espectadores algo mais. Algo verdadeiro e íntegro.

Além disso, aprenda a fazer coreografias mais curtas. Tenho visto, principalmente dentro do meio evangélico, coreografias tão compridas que até pedem de quem as dança aquele de sempre "gastar o tempo". Precisamos aprender a "enxugar" nossas coreografias e só fazer aquilo que realmente é necessário. Coreografias curtas são sempre a melhor pedida e garantem uma melhor atenção por parte do público.

Deus abençõe...

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